Estágio 2: Raiva

(Foto: We Heart It)

(Tu podes ler enquanto ouve: The Pretty Reckless - Make me Wanna Die)

O segundo estágio foi/é a raiva...

Acontece que o estágio dois foi o mais curto de todos, mas, ao mesmo tempo, ele vem sendo o mais longo dos cinco. Na real, a raiva não é a única em constante estado de evolução. Mesmo depois de passar pelo estágio final, a aceitação; mas, verdade seja dita, o segundo estágio é o mais frequente, sem a menor sombra de dúvidas... mesmo hoje.

Eu comecei sentindo raiva da surpresa: aconteceu tão de repente que, quando vi, já era tarde demais para tomar qualquer atitude preventiva. Me afastar não geraria resultado algum e me declarar só tornaria todo o caos em uma coisa ainda maior e pior.

Depois veio a raiva do mundo, mas isso aí já é algo de praxe para qualquer pessoa que tenha acesso às notícias diárias. Mas, o pior de tudo era ver o rosto dele a cada vez que eu virava uma esquina.

E aí eu senti raiva de um tudo: raiva por ter baixado tanto a guarda ao ponto de ser pego de surpresa, raiva por me sentir como uma adolescente de comédia romântica dos anos 90 sempre que ele chegava perto, raiva por saber que tem tanta gente mais legal e interessante por aí e mesmo assim ter me apaixonado justo por ele, raiva por ter me deixado conquistar por alguém que fez isso completamente sem querer, raiva por toda essa burrice que é se apaixonar por quem não pode e nem vai retribuir tal sentimento, raiva por todos os olhares trocados, raiva por todos os beijos dados, raiva por reconhecer até o jeito dele de andar, raiva por saber que ele estava sorrindo só de ouvir o seu tom de voz pelo telefone, raiva da forma que o cheiro dele faz a minha pele se arrepiar, raiva por toda a expectativa criada no início e pela mesma expectativa forçadamente sufocada no fim, raiva até mesmo pelos textos escritos sob a sombra de toda essa paixão estúpida! Raiva! Raiva!! Raiva!!! Raiva!!!! RAIVA!!!!!

Às vezes, o karma vem e acerta a gente com dois transatlânticos, três caminhões, quatro aviões e um ônibus de dois andares de uma vez só!

E, nessas horas, a pior raiva de todas foi a que eu senti de mim mesmo...