Outro
dia... Outra madrugada dessas na verdade, por algum motivo me peguei lendo
alguns textos antigos. E qual não foi a minha surpresa ao ver que, de todos,
mais da metade falavam de ti. Então, por que esse seria diferente?
Viajei
por linhas tortuosas, sentenças um tanto confusas, cada letra tão cheia de
sentimento e aí me veio a pergunta: onde todo esse sentimento foi parar?
Desde
o dia em que me decidi por juntar as minhas trouxas e deixar de ser tão trouxa
aquele friozinho na barriga, aquela euforia, aquele bem-estar trazido pela tua
presença foi minguando e hoje... bem, tenho que ser sincero, tua falta já nem
faz tanta falta assim.
Estranho,
né? Duas pessoas que diziam se amar tanto, quase que do nada – quase, porque
nós sabemos como as coisas foram – não serem nada mais que dois estranhos
vivendo sob o mesmo teto, dormindo na mesma cama fria, dividindo os mesmos
lençóis, tomando o mesmo café da manhã enquanto lê o jornal, indiferentes um ao
outro.
Olho
pra trás e tudo o que vejo são as malas na porta, o bilhete sobre a mesa e uma
euforia crescente no peito que há muito eu não sentia. Hoje as lembranças antes
tão luminosas e cheias de vida, não passam de esboços preto e branco, levemente
manchadas de vermelho rubro.
Hoje,
vejo que enrolamos muito, empurramos com a barriga, perdemos o foco, a luz, a
cor e de sépia e P&B nem fotografia me agrada. Hoje, vejo que te amei mais
do que deveria e eu te amei, se é que amei mesmo.
Nem
sei, meu bem. Nem sei.