Desilusão (ou Mágoa Vol.2)





                Dizem que a desilusão é a visita da verdade.
                Sabe aquele suspiro que eu dava ao olhar tua foto na tela do celular? Acho que acabou ficando mais pesado e, hoje, vem acompanhado de um sorriso triste. Aquele aperto no peito que eu sentia ao te ver? Continua, mas agora ele machuca, como se o coração fosse agora uma almofada de alfinetes. Aquela sensação boa depois de te abraçar e ficar com o teu cheiro em mim horas depois? Então, agora ela é tão boa quanto inalar antraz...
                A verdade é que a desilusão acaba mudando muito os sentimentos que nutrimos pelas pessoas. Sim, eu sei que é normal tropeçar na própria língua uma vez ou outra – para algumas pessoas muitas vezes -, mas ainda assim é difícil evitar a decepção que isso traz.
                Desilusão é o fim da ilusão, e eu acho que o problema é justamente esse. A dor – a minha dor – é justamente essa: ver que a ilusão que a gente constrói na cabeça começou a ruir, ver que aquela pessoa não era exatamente – ou nada – daquilo que nós pensávamos ser, ver que os teus sentimentos não são nem de longe valorizados e muito menos respeitados.
                Não me leve a mal, eu entendo que “ninguém é perfeito” e que talvez tudo isso faça parte da vida, mas essa coisa de ter que se “desiludir” dói... Machuca muito ter que sufocar sentimentos outrora tão fortes e é o mesmo que morrer um pouco por dentro sempre que matamos alguma lembrança que antes era feliz.
                Acho que no fim é bem verdade o que algumas pessoas dizem por aí: “No amor todos os caminhos acabam de forma igual – desilusão”.
-Alone.