Deita aqui





                Vem aqui, meu bem. Deita aqui comigo e deixa todo esse ciúme, as ironias, as birras e picuinhas por nada da porta pra fora. Hoje, tudo o que eu quero é te amar.
                Já faz quanto tempo desde que pude te olhar nos olhos desse jeito? Quanto tempo desde que consegui te tocar assim? Quanto tempo que eu venho querendo dizer que te amo e que deveríamos deixar tudo isso de lado por nós?
                Vai ser melhor assim, não vai?
                Todo esse tempo longe me fez pensar: para que desperdiçar nossas forças brigando? De que adianta ficar gastando o nosso latim nessas discussões que não nos levarão a lugar algum? Por que transformar algo tão doce e singelo em numa massa densa e pesada de puro desgosto?
                Hoje, meu amor, te quero aqui do meu lado. Deita aqui e me deixa te tocar, te beijar, te dar o amor e carinho que há muito venho acumulando para te entregar; me deixa te amar do jeito que merecemos.
                Me abraça e vamos lembrar dos dias sob aquela nossa árvore, aquela em frente ao colégio com as nossas iniciais dentro de um coração - o nosso clichê. Vamos lembrar daquelas tardes chuvosas, nas quais ficávamos agarradinhos um no outro só olhando a chuva cair pela janela. Ou não. Podemos ficar sem fazer nada, só curtindo a presença um do outro, como fazíamos quando o assunto parecia acabar.
                Não precisas dizer e nem fazer nada, meu anjo, mas me deixa ficar aqui deitado com a cabeça sobre o teu peito, sentindo meu coração dançar ao ritmo do teu. Só, por favor, não vai embora!
                Deita aqui, meu bem e deixa todo esse ciúme, as ironias, as birras e picuinhas por nada da porta pra fora. Hoje, tudo o que eu quero é te amar, te amar e te amar!