Era um dia de domingo.
Nossa, como eu odiava dias de
domingo! Não sei, mas domingo é um dos piores dias da semana; pior que domingo
só mesmo as sextas-feiras. Odeio as sextas-feiras porque, ao que parece, tudo
de ruim que me acontece durante a semana, nas sextas-feiras vem em dobro.
Peço perdão aos adoradores do fim de
semana e eternos inimigos da segunda-feira, mas eu odeio sextas e domingos.
Por favor, me julguem.
Mas, ao contrário do que possa
parecer, muito me agradam os sábados.
Certo, como eu estava dizendo antes
era um dia de domingo. Mais um dia em que eu havia acordado cedo demais para um
dia inútil como aquele e, quando eu digo que era cedo demais é porque realmente
era cedo demais.
Era por volta das 4:30h e, bem, minha
querida companheira insônia resolveu me fazer uma visitinha. De novo. Como de
costume me levantei, tomei um banho e fui preparar um café. Coloquei minha
banda favorita pra tocar no player do celular, pus o café na minha xícara de
café e fui para o canto da rua esperar o sol nascer.
Costume meio estranho, eu sei, mas
foi o melhor que pude arranjar aos 10 anos e depois de 8... bem, meio que já
havia se tornado costume.
Aliás, olá. Me chamo Zac Lenori,
tenho 16 anos, estou no 2º ano do ensino médio e sou um tipo muito
estranho; mas não quero falar muito de mim. Não assim.
Voltando. Era domingo, cedo demais,
música, café, canto da rua esperando o sol.
Eu estava esperando o belo e
entediante espetáculo do nascer do sol. A rua estava vazia e tudo o que se
ouvia era a música que tocava em meu celular. Juro que era meio como naqueles
filmes de faroeste em que o vento sopra com força levantando poeira e feno
rodando por aí.
Ele apareceu era por volta das seis.
O sol começava a dar o ar da sua graça e ele vestia uma camisa social azul,
calças jeans e all stars maneiros, cabelos negros bagunçados e um belo par de
olheiras por trás de óculos de grau com uma armação legal. Passou por mim e me
deu bom dia, sorrindo, como se aquele fosse realmente um dia bom.
- Bom dia – respondi de forma vaga.
Tão vaga que ele parou por alguns
segundos, o sorriso que lhe apertava os olhos tremeu e diminuiu um pouco. Ele
inclinou a cabeça para um lado e me olhou de forma estranha, porém logo o
sorriso voltou, lhe apertando os olhos novamente.
- Bom dia. – disse por fim.
E ele se foi.
Bem, posso dizer que esse foi o único
fato relevante o dia inteiro. Nada de novo. Café, música, sol e um dia
completamente tedioso em família. Que belo jeito de se passar o último dia das
férias.
Era domingo, afinal.
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