(Foto: We Heart It)
(Tu podes ler ouvindo: Jão - Fim de Festa)
O quarto estágio foi a depressão...
E tudo era cinza. Nem preto e nem branco. Não havia mais amarelo, tampouco azul; era tudo cinza. E eu me sentia cinza.
Nenhum sorriso tornava o dia mais brilhante, nenhuma risada aquecia o meu peito, nenhum toque descuidado tingia o meu rosto de vermelho. Não havia nada ali, além de cinza e frio. Cinza, frio e a certeza de que o tal do “nós” que eu desejei, ainda que inconscientemente, jamais iria acontecer.
Cinza: essa era a cor do céu, da terra, das árvores e, claro, do fundo do poço.
Era tudo cinza, mas eu sabia que em breve tudo iria voltar ao normal. O céu voltaria a ser azul, as nuvens seriam brancas, verdes seriam as folhas nas árvores, o sol voltaria a ser... Bem, voltaria a ter essa cor difícil de definir e que faz arder os olhos quando se olha por muito tempo pra ele.
Teus olhos voltariam a ser castanhos, com esse leve tom alaranjado; teus cabelos seriam negros novamente e os teus lábios seriam vermelhos, como às vezes eles ficam quando tu os umedeces antes de sorrir.
Mas, por enquanto, o mundo estava trabalhado em tons de cinza; assim como aquele desenho teu que eu esqueci de colorir.
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