(Antes de tudo, eu queria que tu soubesses que esse aqui é um texto sobre pessoas e relacionamentos – independentemente do tipo de relacionamento)
Sabe,
de uns tempos pra cá, acho que passei a entender a célebre e enfadonha (explico
isso mais pra frente) frase de O Pequeno Príncipe: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Sigo
não concordando, mas de fato passei a entender.
Digo
que não concordo porque geralmente quem usa essa frase são pessoas escrotas,
geralmente fora de um contexto e simplesmente porque querem fazer um drama e/ou
uma chantagem emocional (por isso acho enfadonha). Mas, sabe, acho que agora
consigo entender o significado dela – e não, não to falando desse aí que todo
mundo sempre usa. Sou escroto, sim, mas nem tanto (eu acho).
Se
tornar “eternamente” responsável por aquilo – no caso alguém – cativado é
quase, se não o mesmo, que “amar infinito”. Quero dizer, é algo de uma
proporção tão grande que não pode ser medido das maneiras convencionais; é como
querer abraçar o mundo com os nossos braços tão pequenos, ou mesmo querer medir
a infinidade do universo com a nossa imaginação tão finita. É como contar
estrelas.
Bem,
deixando tanta analogia sem sentido de lado, acho que ser eternamente responsável
por alguém, é dizer que tu não podes e nem deves simplesmente largar uma pessoa
de mão, deixar ela de lado só porque encontrou alguém “melhor”, né? Não to
dizendo que tu deves se manter do lado de gente tóxica e que te faz mal, só to
dizendo que é preciso tomar cuidado com os “biscoitos” que tu vais sair dando
por aí. ‘Tendeu, ‘frôr?
As
pessoas – e eu não to tirando o meu da reta – tem o péssimo hábito de descartar
as outras como se elas fossem meros copos/talheres/pratos feitos de plástico –
não que algumas pessoas não sejam plásticas – e é por isso que eu digo que passei a entender a frase. Às vezes, a
gente dá muita importância pra alguém e aí, do nada, simplesmente para. Por que?
Geralmente porque encontrou outra pessoa “mais importante” pra colocar no
lugar. Acontece de a vida tomar rumos diferentes de uma forma muito abrupta?
Sim, acontece. Mas, nesses casos, o impacto é menor, menos doloroso, porque não
houve uma troca. Foi só mais uma dessas peças que a vida prega na gente dia
após dia.
Não
é justo com o outro se deixar conquistar – porque sim, a conquista também é um
ato de permissão – pra no final ser descartado, posto de lado, jogado fora como
se fosse um pedaço de fruta podre. Ou é?
Por
fim, quero reafirmar aqui que não, eu não concordo com o contexto normalmente usado,
ou mesmo a frase em si, mas, em tese, consigo entender um pouquinho melhor o
que a raposa tinha a dizer.
